Depois de ouvir a explicação, o Vicente faz mais uns traços no seu bloco. O restaurante
situa-se em frente ao Templo de Diana, mas só há espaço para pôr o carro junto a uma placa
de estacionamento proibido, onde mesmo assim está já um automóvel parado. O que não
escapa ao olhar atento do Vicente:
— Papá, eu sei o que quer dizer esta placa. Não se pode deixar aqui o carro.
— Por isso mesmo, saiam vocês primeiro que eu vou estacionar o carro mais longe, mas
no sítio certo — ordena o pai.
— Papá, para que é que existem estas placas chatas? — pergunta o Vicente, que leva con-
sigo o bloco.
Foi a mãe que respondeu, pois o pai já ia a caminho do estacionamento:
— Imagina que os carros podiam parar em qualquer lado. Já imaginaste o que seria? Os
peões não podiam sair de casa, andar pelos passeios ou atravessar as passadeiras; o trânsito
tinha de se fazer mais devagar para evitar choques; os carros não podiam passar nos sítios
mais estreitos. Seria uma confusão. Tudo acabava por paralisar. É importante haver regras,
para as coisas funcionarem.
No restaurante o pai começa por pedir uma cerveja.
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